DOJO LUAS - Wing Chun

Arte marcial originária do sul da China, se tornou popular no ocidente devido ao seu praticante mais famoso, "Bruce Lee".

Atualmente o estilo é praticado principalmente por: universitários, executivos e pessoas com tempo limitado, pois difere-se de outras artes, que em maioria, contêm um grande número de formas. O Wing Chun possui 3 formas de mãos livres, 2 de armas e o domínio do homem (boneco) de madeira. Isto facilita o aprendizado completo da arte.

Caracteriza-se por ser rápido, simples e direto. Movimentos exuberantes e de difícil aplicação não fazem parte de seu método. O estilo é baseado no uso da força do adversário contra ele mesmo, realizando defesa e ataque simultâneos, tornando-se adaptável diante de qualquer circunstância. No Wing Chun um movimento visa interceptar o ataque do adversário e ao mesmo tempo atingi-lo, surpreendendo e impossibilitando qualquer reação, um exemplo é o soco barreira, marca registrada do Wing Chun.

No Dojô Luas ministramos o Wing Chun Família Kan Wing Yat. Por ter origem familiar, não adotamos sistema de graduação por faixas. O nível de cada aluno se dá pelo conhecimento absolvido ao longo do tempo através das formas do Wing Chun.

O Wing Chun Kung Fu nasce logo após a destruição do templo Shaolin pela dinastia Manchu que oprimia o povo chinês. O templo Shaolin, conhecido reduto de monges guerreiros que sempre estiveram ao lado do povo, foi queimado e seus lideres mortos, porém cinco grandes mestres conseguiram escapar ao massacre. Entre eles, a monja Ng Mui, que era a mais jovem entre os mestres sobreviventes e considerada da mais alta hierarquia do templo.

Depois de viajar pela China, Ng Mui decidiu continuar a vida religiosa ingressando no templo da garça branca. Foi nessa época que por acaso presenciou o duelo entre uma garça e uma serpente. Estudou os movimentos de defesa e ataque, uniu o melhor dos dois animais aos seus conhecimentos de artes marciais e criou um novo método de luta dando ênfase à economia de movimentos, velocidade e ao controle da força do oponente.

Certo dia, comprando vargens do vendedor Yim Yee ficou sabendo que sua filha, Yim Wing Chun, estava sendo perseguida por um marginal chamado Wong que era famoso tanto por suas habilidades em luta quanto por seus mal procedimentos. Yim Yee já estava velho e não tinha mais condições físicas de enfrentá-lo. A história tocou Ng Mui, despertando seu senso de justiça, que se propôs a ajudar.

Contudo, ao invés de expulsá-lo, o que faria com que fosse reconhecida e traria problemas com os Manchus, preferiu ensinar sua arte a Yim Wing Chun que estudou três anos sobre sua tutela. Com esses ensinamentos, Wong foi desafiado e derrotado, o que o levou a deixar a região. Mais tarde, Wing Chun casou-se com o noivo que lhe foi reservado quando criança.

Após o casamento, observava a prática de Kung Fu do seu marido e fazia-lhe sugestões. A princípio, Leung Bok Chau não valorizava tais sugestões pois se considerava um lutador razoável. Mas o tempo foi passando e ele começou a notar certas pertinências em tais observações. Decidiu incentivá-la a lutar. Foi repelido com facilidade embora estivesse usando sua melhor técnica. Surpreso com este resultado, repetiu a experiência diversas vezes e todas as lutas acabaram da mesma forma. Foi então que Leung Bok Chau caiu em si e percebeu que sua esposa era uma lutadora com grande habilidade numa arte marcial estranha, e até feia, mas de extrema eficiência. Daí em diante, passou a admirar e praticar. Denominou está arte de Wing Chun Chuan, a arte dos punhos de Wing Chun, em sua homenagem.

Desde então, a arte foi transmitida de forma bastante restrita pelos mestres. Poucas pessoas tiveram uma grande sorte de serem aceitas para apreendê-la. Porém, quando chega até Ip Man, mestre de Bruce Lee, o Wing Chun passa a ser transmitido mais abertamente. Com o sucesso dos filmes e a fama de Bruce Lee, o estilo se torna conhecido e admirado em todo o mundo.

O lendário Ip Man formou grandes mestres na arte do Wing Chun, entre eles, o grande mestre Chow Tze Chuen. Anos mais tarde, incentivado pelo próprio Ip Man, abre sua própria academia onde forma outros grandes mestres. Entre eles, o mestre Kan Wing Yat que em 1974 deixa Hong Kong e migra para o Brasil.

Mestre Kan Wing Yat começa a ensinar o Wing Chun no Clube Chinês em São Paulo. Porém, não fica muito tempo ensinando: logo torna-se comerciante e abre o seu restaurante. Durante longo período não transmite seu Wing Chun. Mestre Kan deixa São Paulo e vem abrir um restaurante em Recife.

É nesta época em que sofre uma tentativa de assalto e se vê obrigado a usar o Wing Chun para defender sua família dos três assaltantes. Mestre Kan sai gravemente ferido do confronto, enquanto um dos assaltantes morre e dois fogem desesperados. Em sua recuperação no hospital, o mestre reflete sobre o ocorrido e em quanta sorte teve, pois ainda estava vivo.

Então, em seu coração brota a necessidade de repassar o seu bem mais precioso: o Wing Chun Kung Fu. Volta a praticá-lo para recuperar a saúde e, mais tarde, a transmitir novamente o estilo em portas fechadas como sistema familiar. Alguns anos depois, sifu Álvaro André é formalmente incluso na árvore genealógica do Wing Chun através de carta de transmissão do estilo e o mestre Kan Wing Yat o batiza com nome de família, acontecimento muito raro. Adotado como seu filho, passa a se chamar Kan Yii Cheng. Sifu Álvaro André recebe permissão para abrir portas do estilo e inicia a linhagem da família Kan Wing Chun Kung Fu. Atualmente, é o representante oficial da família, ministra aulas em sua academia, o Dojô Luas.